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É preciso ir a fundo para transformar tarefas complexas em simples.

Se a tecnologia chacoalhou – e em alguns casos revolucionou – todos os setores, por que não transformaria também a maneira como são “produzidos” os softwares e os aplicativos? Pois é isso que as ferramentas de low code e no code estão fazendo neste exato momento.

As inovações em tecnologia são rápidas e constantes e até mesmo quem não trabalha no setor acaba sendo impactado por suas transformações. Algumas empresas conseguiram desenvolver a atividade de programação a um tal nível que já é possível uma pessoa com pouco ou nenhum conhecimento em desenvolvimento seja capaz de criar uma aplicação ou uma automação de processos. 

Pode parecer paradoxal, mas não é, principalmente se lembrarmos que Steve Jobs costumava dizer que é preciso ir a fundo para transformar tarefas complexas em simples.

No caso de Jobs, o desafio era fazer com que máquinas – que só entendiam códigos complicados – conseguissem atender a comandos “naturais” dos humanos, como uma mensagem de voz ou o movimento de um dedo.

Quem já trabalhava no início da década de 1990 vai lembrar que não existia mouse, e que abrir um simples documento exigia a digitação de um pequeno código cheio de letras e sinais.

O movimento no code e low code já existe há algumas décadas, mas ganhou força em 2018, com o ideal de transformar qualquer pessoa em desenvolvedor, os Citizens Developers (desenvolvedores cidadãos).

A ideia remete mais uma vez a Steve Jobs, que, em 1995, declarou em uma entrevista que “todo mundo deveria aprender a programar um computador, porque isso ensina você a pensar”.

A tecnologia de no code funciona como a construção de uma casa pré-fabricada. Geralmente com uso de tecnologias “drag and drop” (pegar e soltar), a pessoa vai selecionando e “arrastando com o mouse” blocos pré-fabricados de códigos que podem se tornar um sistema, um aplicativo ou uma funcionalidade de um software que já existe.

Já as ferramentas low code, por também permitirem a utilização de codificação tradicional de forma auxiliar, o usuário consegue ir além de blocos prontos e realizar a personalização do aplicativo desenvolvido.

Em resumo, a tecnologia low code é conceitualmente semelhante a no code, mas, dada a possibilidade de inserção parcial de codificação tradicional, desta se difere, por permitir maior personalização.

Inicialmente, imaginava-se que os principais beneficiários desse tipo de tecnologia seriam pequenos negócios e empreendedores, que poderiam criar sistemas personalizados de forma rápida e barata. Esse benefício, de fato, existe.

Mas o que estamos assistindo recentemente é o uso de ferramentas de low code e no code por grandes empresas, que têm equipes de TI próprias. Nesse caso, o no code vem se transformando em recurso estratégico para desenvolver e testar novos produtos, porque corta caminhos e reduz dramaticamente o tempo do lançamento do produto, conhecido como go to market.

Projetos que levariam seis meses de desenvolvimento com as tecnologias tradicionais podem se tornar um MVP (Minimum Viable Product – Produto mínimo viável) em duas semanas. 

Imagine uma empresa já consolidada, que deseja lançar um serviço que gerencia as finanças de seus clientes e oferece sugestões de gastos e formas deles economizarem.

A equipe de TI dessa empresa levaria algo entre seis meses e um ano para desenvolver o produto e levá-lo ao mercado, correndo riscos de eventuais ajustes.

Se usar uma ferramenta de low code ou no code, a mesma equipe de TI consegue rodar um MVP em  duas semanas, já identificando se o produto terá aderência do público final e quais melhorias são necessárias.

Não é por acaso que o instituto de pesquisa Gartner estima que o mercado mundial de tecnologia low code deva atingir quase 27 bilhões de dólares em 2023,  um aumento de 19,6% sobre 2022.

Ainda segundo o Gartner, 65% dos apps serão desenvolvidos com ferramentas que demandam pouca ou nenhuma codificação até 2025.

O mais interessante é que provavelmente você já faz parte desse movimento sem ter consciência disso. Ferramentas de produtividade de controle de processos, por exemplo, que já fazem parte da maioria das empresas, estão dentro da categoria no code (e.g. Monday, Trello, Jira, Asana, etc).

Que tal agora pensar um pouco além e iniciar com a automação de processos ou desenvolvimento de novos produtos para seu negócio com as tecnologias que estão ganhando espaço, como Innoveo Skye, PEGA ou Salesforce?  

*Por Leandro Berchielli, superintendente de ferramentas no / low code da SIS Innov & Tech.

Fonte: http://www.baguete.com.br/noticias/03/03/2023/low-code-vai-explodir-nos-proximos-anos 

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